terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ministro Mercadante e Manoel Barretto visitam novas instalações do Cemaden


O ministro na sala de situação do Cemaden / Foto: Alex Silva
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, visitou o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), em Cachoeira Paulista (SP), ontem (16/1). Ele e os demais presentes puderam conhecer a nova sala de situação, onde são recebidas e analisadas informações e imagens de diversas fontes de sensoriamento.


O diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Manoel Barretto, o superintendente da Regional de São Paulo (SUREG -SP), José Carlos Garcia Ferreira, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, o diretor do Cemaden, Reinhardt Fuck, e uma representante do Movimento Nacional dos Afetados por Desastres, Tatiana Reichert participaram do evento.

“O governo está muito mobilizado em torno dessa questão e há um reconhecimento muito grande de prefeitos e governos quanto à qualidade do trabalho da previsão que estamos fazendo”, disse o ministro Mercadante, em seu pronunciamento. “O Cemaden tem sido muito útil para orientar a defesa civil.” O centro fica no campus do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e opera em tempo integral desde dezembro.

Um hidrólogo mostrou as etapas do monitoramento aos visitantes. Eles conheceram, ainda, a central móvel para uso em áreas críticas. Conforme explicado pelo ministro, o equipamento permite tirar fotografias, analisar as condições do solo e conectar 14 computadores, além de contar com banda larga e dispositivos para comunicação visual e por voz.

Mercadante informou que, embora neste momento o foco principal esteja no Sul-Sudeste por causa das chuvas deste período, a cobertura de radar abrange todo o país. “Tivemos na semana passada uma grande inundação em Rio Branco, e isso foi monitorado e alertado”, exemplificou. “Daqui a pouco deslocaremos toda a nossa capacidade de observação para o leste do Nordeste.”

Avanços e próximos passos

O ministro contou que, no início do funcionamento do sistema, chegou a telefonar diretamente para governadores ou prefeitos em situações preocupantes que exigiam rápida intervenção. Agora, disse, os estados e municípios estão mais integrados ao sistema: “Hoje, temos centro de monitoramento lá no Espírito Santo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, trabalhando de forma integrada”.

Ele identificou prioridades para o aperfeiçoamento do sistema de alertas: avançar no levantamento geotécnico, a partir do trabalho de campo dos geólogos, para detalhamento das áreas de risco; preparar a defesa civil e as comunidades para identificar sinais de desastre iminente; e aumentar a capacidade de previsão com a instalação de novos pluviômetros. Ressaltou, ainda, que em certos locais será inevitável desalojar os moradores para evitar mortes.

Tatiana Reichert, do Movimento Nacional dos Afetados por Desastres, comentou que o Cemaden “com certeza vai salvar vidas”. “É um sistema completo na área de previsão, do alerta, mas é o primeiro passo”, disse. “A previsão por si só não é prevenção, mas é de grande importância.” Ela avaliou que os alertas emitidos não podem ficar restritos à defesa civil: “A informação precisa chegar à ponta, que é a sociedade”.

Aloizio Mercadante destacou a construção do centro como “uma obra de muitas mãos” com envolvimento de especialistas que dedicaram a vida toda ao assunto. Homenageou em especial o secretário Carlos Nobre, por seu empenho para inserir o tema na agenda pública nacional.

Lembrou, também, que nenhum país conseguiu eliminar totalmente os impactos de desastres naturais. “O que nós podemos fazer é criar uma cultura de prevenção, utilizar a ciência e a inteligência para salvar vidas, como já estamos salvando”, concluiu.

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