Com vistas a aprofundar o conhecimento sobre o Greenstone Belt Rio das Velhas e também fomentar a utilização de métodos e equipamentos mais novos e eficientes na prospecção desse tipo de jazimento na área localizada na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) está executando a Etapa II do Projeto Rio das Velhas.
Os levantamentos aerogeofísicos começaram em julho deste ano, tendo sido concluídos no início de setembro. Esta fase foi executada, com o uso de Equipamento Eletromagnético no Domínio do Tempo (transportado por helicóptero), único capaz de detectar os condutores em profundidades de cerca de 300 metros. Além desse equipamento, usou-se magnetometria como método complementar.
Helicóptero com Equipamento Eletromagnético no Domínio do Tempo utilizado nos levantamentos aerogeofísicos |
Agora o projeto está na fase de processamento dos dados para elaboração dos mapas finais. Após, será feita a interpretação dos dados correlacionando-os com a geologia, visando a identificação de alvos mais promissores para a prospecção mais detalhada de minerais metálicos da área, tendo o ouro como um dos principais metais que ocorre associado aos sulfetos. O estudo também abre a possibilidade de encontrar sulfetos de cobre em maiores profundidades, dentre outros.
Gerar novas informações
A Etapa II do Projeto Rio das Velhas tem como meta fomentar a mineração no Brasil, com novas informações de subsuperfície com alcance de até 300 metros de profundidade. Ao atingir essa profundidade, com uso de tecnologias bem mais avançadas que as utilizadas em 1992 (época da realização da primeira etapa do projeto), será possível aferir a economicidade de antigas minas abandonadas por falta de capacidade de prospecção em profundidades maiores; apontar novas áreas potenciais para novos depósitos minerais; além de detectar novos corpos talvez até mais ricos do que os encontrados na época.
Informações para a comunidade geociêntífica
Ao mesmo tempo que abre perspectivas de novos investimentos na área, a Etapa II do Projeto Rio das Velhas irá disponibilizar valiosas informações geofísicas, antes indisponíveis para a comunidade como um todo, permitindo estudos para um melhor entendimento e a avaliação dos métodos. Os resultados estarão disponíveis para o setor mineral e para a comunidade geocientífica, com estudos de dados eletromagnéticos para uso de toda a comunidade.
O processamento e interpretação de dados permitirão determinar parâmetros exploratórios que poderão ser aplicados à prospecção de outros greenstones belts do país, possibilitando prospectá-los com maior eficiência e menores custos.
Antonino Borges, Michael Drews e Victor Lopes analisam dados para processamento e elaboração dos mapas |
Produtos gerados
Serão gerados os seguintes produtos: relatório final contendo as informações básicas para referência e pesquisa sobre o projeto; registros digitais de todos os dados adquiridos e corrigidos, já na forma final para o usuário trabalhar; e mapas de todos os métodos referentes aos temas mais usuais.
O projeto foi proposto e planejado pelo geofísico Antonino Juarez Borges, com o apoio da Superintendência Regional de Belo Horizonte e da Divisão de Geofísica. A equipe executora é composta pelos geofísicos Diogo De Sordi (gerente do projeto), Ricardo Santiago (sub-gerente), Michael Drews e Victor Lopes.
Greenstone Belt Rio das Velhas
A etapa I do Projeto Rio das Velhas, usando os melhores equipamentos da época, cobriu, em 1992, o Greenstone Belt Rio das Velhas com HEM no Domínio da Freqüência, para uma profundidade de investigação de 80m. Os resultados foram excelentes sob todos os aspectos. Na época o projeto foi financiado pelas oito maiores empresas de mineração da região, sob a coordenação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e o mapeamento geológico executado pela CPRM.
Agora, após 18 anos, a CPRM executou a etapa II, utilizando novas técnicas de eletromagnetismo que foram desenvolvidas mais recentemente, buscando, assim, explorar maiores profundidades. Entre os novos métodos, optou-se pelo uso de Equipamentos de Domínio do Tempo, que permitem investigações a cerca de 300m de profundidade e que nos últimos anos tem-se destacado em função dos excelentes resultados obtidos.
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