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Thales Sampaio apresenta a Conferência Magna no XVII Congresso da Abas |
O grande momento da abertura do XVII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, promovido pela Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas), realizado em Bonito (MS), terça-feira, 23/10, foi protagonizado pelo diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Thales de Queiroz Sampaio.
Durante aproximadamente 40 minutos, Sampaio prendeu a plateia ao apresentar a Conferência Magna do Congresso, com uma abordagem criativa e ao mesmo tempo competente e profissional sobre o tema: A Água Subterrânea no Desenvolvimento Sócioeconômico Brasileiro.
O conferencista deu início à sua apresentação utilizando-se de uma metáfora para demonstrar o que significa a água para a população mundial; e a quantidade e o percentual da água potável disponível para suprir as necessidades humanas, e destacou os pontos a abordar na palestra com a temática: água um desafio para a humanidade; água subterrânea no contexto sistêmico do ciclo hidrológico; a agenda brasileira em águas subterrâneas; e a contribuição da água subterrânea brasileira para o desenvolvimento do país.
A partir da visão global dos recursos hídricos tanto subterrâneos quanto superficiais, Sampaio estruturou a apresentação em três blocos: o primeiro na abordagem geral da importância da água para o mundo; o segundo, da necessidade de haver uma real integração dos agentes públicos responsáveis pela gestão das águas no Brasil, visando o bem maior que é a garantia desse bem para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira como um todo; e o terceiro abordando o inestimável trabalho desenvolvido pela CPRM na sua missão constitucional de gerar e difundir o conhecimento geológico e hidrogeológico, onde mostrou a importância da trilogia: geologia-hidrologia-hidrogeologia, como áreas integradas, associadas e complementares.
Ao falar sobre a importância da água para o planeta, Sampaio indicou quais as prioridades dos países ao se tratar da água como fator de solução para atender às populações, demonstrando como está a governança global em recursos hídricos e a evolução do uso global da água. “Apesar de dois terços do nosso planeta ser formado por água, apenas 0,008% do total é potável. E, apesar desta quantidade mínima, ainda assim, grande parte da água potável do planeta está sendo poluída, contaminada e degradada pela ação predatória do homem”, lamentou Sampaio.
Em seguida, o diretor da CPRM falou do Programa Nacional de Águas Subterrâneas (PNAS), com a atuação de diversas instituições federais e gestores estaduais. O PNAS tem como objetivos a ampliação do conhecimento geológico, a mobilização social, comunicação e capacitação, e o desenvolvimento dos aspectos institucionais e legais. Nesse contexto, Sampaio lembrou aos presentes que o Sistema Integrado de Águas Subterrâneas (Siagas), desenvolvido inicialmente pela CPRM, é um sistema que pertence ao país cujos dados podem e devem ser utilizados, consultados e alimentados por todos que trabalham na gestão das águas subterrâneas.
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Público acompanha atento a Conferência |
Segundo Sampaio, é preciso que o Brasil tenha uma política de gestão dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais trabalhando de forma sistêmica na gestão das águas, para que seja possível avançar em questões como a educação da população para o bom uso e preservação das águas. Sobre águas subterrâneas versus águas superficiais, ele lembrou que não se pode pensar em processos de gestão que não contemple a integração das águas subterrâneas e superficiais.
Thales Sampaio abordou as áreas de atuação da CPRM em ações voltadas para o estudo das águas no Brasil, como o trabalho de cadastramento de poços; a Rede de Monitoramento de Águas Subterrâneas, a elaboração das cartografias hidrogeológicas, os Atlas Digitais em Sistema de Informação Geográficas (SIG), os relatórios municipais, a Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas (Rimas), os estudos de avaliação dos aluviões no nordeste, entre outras ações. “Entre os produtos expostos no estande da CPRM na VII Feira Nacional de Águas – que ocorre paralelamente ao Congresso –, estamos lançando o Mapa Hidrogeológico de Santa Catarina”, destacou.
Finalizando, ele ressaltou o reconhecimento da Presidência da República ao trabalho desenvolvido pela CPRM ao longo de mais de 40 anos de atividades, ao definir as suas ações como estratégicas para a infraestrutura e para o desenvolvimento do país.
O público presente aplaudiu de pé a palestra. Segundo Carlos Eduardo Nascimento, diretor do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE-SP) a palestra chamou a atenção pela clareza de ideias, forma de apresentação e a empolgação do palestrante que soube seduzir o público. Para Vânia Bahia, geóloga da Universidade Federal da Bahia, foi muito relevante a conferência. “Tive a oportunidade de saber o que o governo está fazendo para melhorar a gestão dos recursos hídricos”, disse. Já o estudante e morador de Bonito, Marcelo Araújo gostou da apresentação porque foi didática e de fácil entendimento para pessoas que, assim como ele, estão se interessando agora pelo assunto.